terça-feira, 17 de novembro de 2020

Travessia Marins X Itaguaré - Serra da Mantiqueira

E daí, galera, todos bem? Se você caiu aqui no blog e quiser fazer um trekking com a gente manda um recado, temos uma página no instagram também @passofortetrekking. Se você for sedentário não tem problema, a gente também era, não conseguíamos nem fala e anda ao mesmo tempo no começo dos rolês kkk... Mais um relatinho de uma travessia que realizamos na Serra da Mantiqueira. Dessa vez encaramos a travessia pico dos Marins x pico Itaguaré, que é considerada por muitos uma das travessias mais técnicas da Serra da Mantiqueira, será que é MEMO? É sim kkk... a travessia é braba, prepara os cambitinhos que o bicho pega kkk Se você estiver pensando em fazer essa travessia sem guia ou sem gps não precisa nem pensar na volta porque você vai ficar por lá kkk... é sério tem várias bifurcações durante o percurso. Uma dica é sempre estudar antes o rolê que você for fazer para dar uma noção de lugar e tempo. Pra quem não conhece, a serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa que se estende por três estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além do mais a região tem altitudes médias de 1200 a 2800 metros.
A travessia foi realizada nos dias 03 a 05 de Outubro e geralmente nessa época as chuvas já começam a ficar mais constantes mas pra nossa sorte o período chuvoso deu uma atrasada e deu muito certo fazer em Outubro. Saímos de Londrina, no Paranazão, e seguimos rumo a Marmelópolis/MG. Acabamos indo por Algumas pessoas seguem para Piquete/SP ou Cruzeiro/SP, mas vai de cada um, do contato que você tiver. A gente conseguiu um contato de um pessoal muito firmeza em Marmelópolis e caímos pra lá. Marmelópolis é uma cidade bem escondida e para chegar lá passa por uma cadeia de montanhas depois de Piquete-SP e Delfim Moreira-MG, estrada asfaltada e conservada. Chegamos em Marmelópolis a noite e ficamos na Pousada Mantiqueira, diária era 60 pila por cabeça (vamos deixar os contatos no final do relato). De manhã eles servem um café muito bom, dá pra reforçar bem antes de fazer a travessia. Trocamos uma ideia e o dono da pousada nos informou que no dia anterior ocorreu o enterro do guardião da Mantiqueira, o Seu Maeda, ele estava internado devido a um acidente e acabou não resistindo, uma triste notícia. Tomamos o café da manhã e seguimos para encontrar um Vereador de Marmelópolis que também faz o transporte da galera até o início da trilha, o Sr. Nê Moratinho. Muito gente boa, deixamos o carro na sua casa e de lá ele leva até o início da trilha e faz o resgate no dia combinado. Da casa do Nê Moratinho até a entrada do Pico do Marins é um percurso de terra bem batida que demora aproximadamente 30 minutos. Lembrando que você precisa combinar com o Moratinho quando ele vai fazer o resgate no final da travessia. Pra quem não sabe o Pico do Marins é onde desapareceu o escoteiro Marco Aurélio, e que até hoje, não foi encontrado, segue matéria para os interessados (https://www.youtube.com/watch?v=UTADBQNZtIk) O início da trilha é tranquilo, mata fechada, sombra e sem maiores dificuldades, mas depois de um tempinho a mata fechada vai ficando pra trás e o sol já mostra o cartão de visitas e de brinde vem uma subida até o Morro do Careca. A partir a trilha começa a ficar mais puxada.
Galera o mais importante que vocês precisam saber é que essa travessia não tem água, ou seja, cilada. Tem que levar na mochila e o único ponto confiável de água que tem é no fim da travessia kkk... Só de lembrar fiquei com sede, que perrengue kkk... Durante o caminho há vários totens indicando a direção certa, bem como algumas setas que marcam as pedras, mas não é assim durante toda a travessia e não dá pra confiar em todos os totens. Após diversas passagens com escalaminhada e paredões, chega-se a um vale que você precisa manter-se a direita para ir ao Pico do Marins. Nesse momento você estará próximo à base dos Marins, onde há uma nascente totalmente zuada, inclusive tem uma placa dizendo que a água está contaminada, é bom não arriscar. Depois de passar essa nascente, fica mais tranquilo seguir pelos totens, até o cume. Há algumas áreas de camping antes do topo, então resolvemos montar as barracas no “ombro do Marins” porque no cume tinha muita gente. Montamos o acampamento e fomos atacar o topo do Marins, andamos mais 500 metros, chegamos no famoso pico, um lugar ANIMAL, pegamos o pôr do sol, assinamos o livro e voltamos para fazer a janta. Putz, essa é a melhor hora, a gente tava com muita fome kkk O problema é que levamos calabresa pra fazer um risoto kkk... fatal error... já não tinha muita água, aí tivemos que esquentar pra fazer esse rango, pensa na sede depois kkk aí resolvemos tomar mais um pouco da água kkk Resumo da pernada: 6,65 KM → Pico dos Marins
Acordamos de manhã e o tempo estava muito fechado, muitas nuvens e uma garoa chata, estava difícil até para encontrar o caminho. Desmontamos as barracas pela manhã e retornarmos para o vale onde fica a nascente do rio contaminado; pegamos a direita que leva para o pico do Marinzinho e logo de cara já tem uma subida chata, e na sequência fomos contornando pela esquerda – essa parte é bem complicada, vários trechos com escalaminhada e muito capim. Alcançamos o Pico do Marizinho que tem uma altitude de 2.432 metros, demos uma contemplada no visual e assinamos o livro. Chegar nesse lugar já vai um esforço e a vontade de matar a água restante era inevitável, pensa numa chatice que é você morrendo de sede e ficar dando só golinho na água kkk Depois do Marinzinho a próxima parada é a pedra redonda, que consegue ser vista de muito longe. A partir dai a travessia fica mais complicada, passando o Marinzinho já tem o lance das cordas pra descer aproximadamente uns 8 metros, várias pirambeiras e subidas. Depois da descida tem um vale e uma puta subida kkk aquele tipo de subida que faz você pensar “poderia estar em casa de boa mas to aqui” kkk Depois de muitas subidas e descidas chegamos na pedra redonda, que não é tão redonda de perto kkk... fizemos uma pausa, tomamos uns goles de água porque a língua tava colando no céu da boca.
No caminho há alguns pontos de camping para quem está com mais tempo. Seguimos rumo ao Itaguaré e o percurso continua com muito capim, subida e descida ô glória kkk Depois de um tempo andando passa por dois obstáculos com pedras, onde é necessário passar por baixo das pedras. A partir dai você está bem próximo da base do Itaguaré, já pode comemorar kkk deixamos as mochilas na base e fomos atacar o cume. O Itaguaré possui uma formação rochosa muito bonita. E Se você quiser assinar o livro terá que fazer o “Pulo do gato”, que é uma pedra suspensa numa fenda inclinada kkk é uma bad trip kkk Após atacarmos o Itaguaré, resolvemos trocamos uma ideia com um galera que estava lá e nos mostraram onde tinha água. Nessa hora a gente tinha bem pouca e seria nossa salvação kkk O problema é que estava escurecendo e foi muito difícil encontrar a nascente mas com persistência deu certo, tomamos muita água kkk foi foda Andamos mais um pouco durante a noite e encontramos uma área de camping e resolvemos ficar por ali e terminar pela manhã a travessia. O cansaço era bem forte mas a gente tinha água então tá tudo certo kkk... Resumo da pernada: distância percorrida: 8,55 km altitude máxima: 2376 duração: 6:43
Pela manhã andamos mais 2,95 Km até o final da trilha, onde o Sr. Nei Moratinho já estava nos aguardando. Realmente essa travessia é difícil mas vale a pena demais. Erramos na quantidade de água e isso incomodou um pouco mas ao mesmo tempo essa revés foi muito desafiador. Valeu galera, fica assim então, na próxima você vai com a gente. CONTATO POUSADA MARINS: 35-99963-5834 CONTATO NE MORATINHO TRANSFER: 35-99758-9311 VIDEO TRAVESSIA YOUTUBE: https://www.youtube.com/watch?v=wuUVpDWHXMY&t=7s

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